segunda-feira, 25 de junho de 2012

Coleta de esgoto em Goiás é bem avaliada na conferência

Goiás é referência no tratamento de efluentes no Brasil e precisa, com urgência, explorar outro manancial para suprir a região metropolitana de Goiânia. Os dados constam de relatório divulgado no dia 4 deste mês pela Agência Nacional de Águas (ANA), intitulado Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Informe 2012.

A mesma agência apresenta, hoje, no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o Panorama da Qualidade das Águas Superficiais. Este trabalho tem por objetivo nortear políticas públicas para o uso sustentável da água no Brasil e no planeta.

Apesar de 81% dos recursos hídricos monitorados no País estarem em excelentes ou boas condições, o baixo índice de coleta e tratamento de esgoto faz com que 47% das águas localizadas em áreas urbanas sejam avaliadas como ruins ou péssimas. De acordo com Alexandre Lima, gerente de conjuntura dos Recursos Hídricos da ANA, Goiânia melhorou significativamente o percentual de tratamento dos efluentes, de 5% em 2000 para 50% em 2012. “Um aumento de 50%. Bem acima da média nacional, que é de 30%”, diz.

O relatório da conjuntura mostra cidades e regiões com ampliação significativa no tratamento de esgotos entre 2000–2008: as regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, além de Curitiba, Londrina e Maringá (PR) e Sorocaba (SP) são destaques na oferta do serviço.

Ele explica que a situação da água coletada para amostra em pontos específicos acima da região metropolitana de Goiânia é considerada boa e ótima. Porém, apresenta-se preocupante quando a mesma seleção é realizada dentro da Capital.

“Não quer dizer que a qualidade da água está ruim, mas que é preciso ter atenção nessa área, que é mais comprometida pelo fato da alta taxa de urbanização dessa região”, explica. O relatório aponta a necessidade da exploração de um novo manancial para a área estudada. Com a estiagem típica do Cerrado, o Rio Meia Ponte fica enfraquecido tanto para abastecer a cidade, que cresce diariamente, quanto para diluir o esgoto, que nessa época se concentra no rio e exala mau cheiro na cidade. O estudo aborda a situação dos recursos hídricos e os avanços relacionados à sua gestão e também faz uma análise baseada em indicadores do setor.

Num ano marcado pela Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) e pelos 15 anos da Lei das Águas, o Informe 2012 traz como novidade análises históricas e informações importantes sobre como a água vem sendo utilizada, gerenciada e monitorada nas últimas duas décadas.

João Leite
De acordo com o superintendente de Recursos Hídricos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Augusto de Araújo Almeida, a Barragem do Ribeirão João Leite deverá suprir a carência de águas para a região nos próximos 35 anos.

“Ela estará apta a ser utilizada nos próximos meses e aguarda conclusão do sistema elevatório das águas. A barragem apaziguará os sérios problemas que temos com a falta de água em tempo seco. Nessa época, a vazão de água é muito pequena. Chega a ser ínfima para a cidade, que cresceu tanto. A relação quantidade e qualidade da água piora muito nesses dias. Com a barragem, a situação será regularizada ” garante.

META
Augusto explica que uma das metas do governo estadual é universalizar os serviços de oferta de água tratada e esgoto em Goiás. “Oferecer o benefício a todos será decisivo para melhorar a qualidade da água do Meia Ponte. Hoje, 80% da carga orgânica que vai para o Rio é de origem doméstica. Com o tratamento global desses resíduos, o Meia Ponte vai mudar totalmente ”, ressalta.

O gestor reforça que um trabalho da Secretaria em parceria com a ANA prevê a finalização de um Programa Nacional de Qualidade da Água. “Por esse projeto vamos ampliar os pontos de monitoramento da água em Goiás de 40 para 140. O objetivo é obter dados precisos para elaboração de políticas mais eficazes para o uso da água”, explica. A bacia do Rio Meia Ponte e do Rio dos Bois, que banha a região do Entorno de Brasília, está sendo especialmente assistida pelo programa.

Fonte: Diário da Manhã

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