domingo, 8 de julho de 2012

Marconi e Iris têm poder de influência

Especialmente em Goiânia, a liderança do ex-prefeito e do governador produz reflexos nos resultados das eleições.

Oficializadas as candidaturas, tudo indica que mais uma vez a eleição de Goiânia ficará polarizada entre os dois grupos que há anos vêm medindo forças. O grupo do ex-prefeito Iris Rezende (PMDB) dá suporte à candidatura do prefeito Paulo Garcia (PT). O grupo do governador Marconi Perillo (PSDB) estará na retaguarda da tentativa do deputado federal Jovair Arantes (PTB) de ascender a prefeito. Ambas as correntes se fortalecem na composição com diversos outros partidos menores, emprestando à disputa da Prefeitura de Goiânia o significado de uma prévia eleitoral do que ocorrerá em 2014, na corrida ao governo do Estado.

Embora indiretamente e com menos força, o duelo Iris X Marconi poderá repetir os moldes das edições passadas. Afinal, a dupla PT e PMDB não deixará de trabalhar arduamente nesta campanha com o objetivo de manter a hegemonia da Prefeitura de Goiânia. Aliás, principalmente para o PMDB, ganhar as eleições municipais trata-se de questão de honra depois que Iris perdeu a sucessão do governo em 2010 para o tucano. A base estadual se posta nestas eleições com justificado saudosismo, já que se vê distante do poder municipal há mais de dez anos. Vencer seria o resgate de sua reputação.
Mas fica a pergunta: até que ponto a eleição de Goiânia será influenciada pelo peso político de duas lideranças com tamanha expressividade? Se a análise partir das consagrações pessoais obtidas por Iris e Marconi junto ao povo, é possível, sim, que seus históricos influenciem altamente o eleitorado goianiense em prol de seus candidatos.

Quando todos acreditavam que Iris havia sepultado sua carreira política, após duas derrotas sucessivas, em 1998 e 2002, ao governo e ao Senado, assistiram a sua volta triunfante à Prefeitura de Goiânia em 2004. Quatro anos depois, conseguiu a reeleição com vitória esmagadora ainda no primeiro turno.

Mesmo fora da Prefeitura e atuando nos bastidores, o peso político de Iris é significativo. Nas eleições de 2010, o peemedebista ficou em primeiro lugar em Goiânia.

Na passagem pela Prefeitura, Iris deixou marcas positivas. Legado que, certamente, contribuirá para o desempenho eleitoral do prefeito.

Além de Iris, um leque de partidos aliados garante ao candidato quase 15 minutos de tempo de TV, mas a possibilidade de que o ex-prefeito consiga transferir prestígio é o que mais anima seu sucessor.

Apesar de o governador Marconi Perillo já ter dito e repetido em alto e bom som que não se envolverá diretamente no processo sucessório deste ano, sua influência no desempenho do candidato da base será inevitável. Marconi é a maior referência do PSDB e, por consequência, o maior suporte da candidatura da base.

Marconi também tem marcas administrativas sólidas em Goiânia e que, certamente, refletirão no julgamento do eleitorado. A clientela dos restaurantes Cidadão e dos Vapts-Vupts representa um vasto eleitorado que vê nas duas iniciativas pontos a favor de quem os instituíram.

Os investimentos para a construção veículo leve sobre trilhos (VLT) e o Passe Livre Estudantil, tudo previsto para o segundo semestre, vão representar mensagens subliminares tanto quanto obras recém-inauguradas pelo prefeito. Com certeza, também o candidato Jovair Arantes acalenta o sonho de que o peso eleitoral de Marconi em Goiânia venha refletir em seu desempenho nas urnas, de forma positiva.

A hora dos dois bons “gladiadores”. É claro que não é possível equilatar qual deles tem marcas mais positivas do ponto de vista da sensibilidade da massa eleitoral, mas não há dúvida de que os dois candidatos que vão polarizar a disputa serão tributários diretos da força política que eles (seus padrinhos) representam.

Como nesta eleição a base contará apenas com Jovair Arantes como o único candidato, pode ser que sua imagem se contraponha ao estilo discreto de Paulo. O petebista conta com o apoio de oito partidos e ainda mantém uma boa relação com a presidente Dilma e até com o prefeito. Sua campanha também focará em alguns “calcanhares de Aquiles” da gestão petista, como saúde e transporte. Mas apenas isto não bastará, pois é preciso levar em conta a vantagem de que já está no cargo.

Fruto da aliança PT-PMDB, Paulo Garcia vai ao teste direto das urnas, no embalo de uma gestão que contava com o apoio da maioria. Fator que também não é determinante na disputa. Sabe-se que cada eleição tem suas peculiaridades, assim como as duas lideranças que estão por trás dos candidatos têm experiência suficiente para saber com que armas se vencem as batalhas. O que é certo é que dois históricos “gladiadores” vão se enfrentar novamente

Fonte: Jornal O Hoje

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