Visitantes incomodam animais ao bater no vidro de proteção, jogar alimentos e ultrapassar a corrente de segurança.
Falta educação por parte de alguns visitantes do Zoológico de Goiânia. O público que tem ido ao local está descumprindo regras de conduta e a direção do local já enumerou diversas situações inadequadas. Bater no vidro de proteção, ultrapassar a corrente de segurança, jogar alimentos para atrair os bichos, palito de picolé e até pedra. Esses são alguns dos exemplos levantados pela administração do Zoo, desde que ele foi reaberto, em maio deste ano.
Apesar da direção do local ter previsto isso antes da inauguração, a recorrência e a variedade de atitudes erradas não deixam de preocupar. A diretora interina, Rita Figueiredo de Carvalho, trabalha há 12 anos do parque. Ela diz que esse tipo de coisa sempre ocorreu, mas desta vez está mais intenso. “Talvez sejam as férias. A meninada vem toda e o público acaba sendo maior.”
No final de junho, um tigre d’água, conhecido popularmente como tracajá, foi ferido com uma pedra atirada por um visitante. A força foi tal que o casco do bicho quebrou. O animal teve de ser encaminhado ao setor de veterinária para receber medicamento. O fato chamou a atenção dos funcionários do Zôo, porque demonstrou até que ponto a inconsequência das pessoas pode chegar. E tudo para atrair o animal, que nem sempre está acordado ou em movimento para permitir a visualização do público.
Um folheto educativo teve de ser feito com instruções para orientar pais e crianças sobre as regras. Todos recebem assim que adentram no Zoológico. No entanto, não são raros os flagrantes. A reportagem identificou diversas situações. Em uma delas, o homem deu um palito de algodão doce para uma Arara Canindé. Os casos são tantos, que a diretora diz que os cerca de 25 funcionários, entre monitores, educadores e guardas municipais, não dão conta de controlar tudo. “Têm vezes que o próprio visitante procura um servidor nosso para relatar ou denunciar situações do tipo”, conta.
Depois de ficar quase três anos fechado, o Zôo tem atraído público muito acima do esperado. Inicialmente, a ideia era limitar a quantidade de ingressos vendidos em um total de 2 mil. As filas grandes, os protestos e o interesse da população em conferir as novidades do parque motivaram a liberação das vendas. Aos domingos, a media de público ultrapassa os 10 mil visitantes.
Com tantas pessoas, a briga por espaço e por uma brecha para ver os animais de perto acaba favorecendo as más condutas. A previsão da direção é que, com o tempo, isso mude e que os avisos afixados e as orientações dadas sejam respeitadas. Está previsto para os próximos meses a instalação de circuito interno de filmagem. Rita Figueiredo acredita que o monitoramento eletrônico vai intimidar e auxiliar na educação das pessoas.
Estresse
Preocupação dos veterinários é quanto ao estresse causado aos animais, que ficaram desacostumados com a presença do público em razão do longo período em que o Zoológico ficou fechado. A direção informa que, até o momento, não foi verificado nenhuma mudança de temperamento dos bichos. Esse foi um dos motivos, inclusive, que, no início, fundamentou a abertura gradativa do local: primeiro para alunos da rede municipal, depois para as pessoas em geral.
Fonte: Jornal O Hoje
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