sábado, 12 de maio de 2012

Helicópteros da PM e dos bombeiros de Goiás estão impedidos de voar


Eles são do mesmo modelo da aeronave que caiu matando oito pessoas.
Empresa responsável por manutenção está suspensa pela Anac há 9 dias.


Após o acidente com o helicóptero da Polícia Civil de Goiás na última terça-feira (8), em Piranhas (GO), outras duas aeronaves, uma do Corpo de Bombeiros e outra da Polícia Militar, estão proibidas de voar. A medida se deve ao impedimento da empresa Fênix, onde teria sido feita a manutenção do Koala AW119 antes do acidente aéreo.
Segundo o comandante de Operações Especiais da Polícia Militar (COE), tenente-coronel Wellington Urzêda, a cada 50 horas de voo, as aeronaves precisam passar por uma revisão. Do mesmo modelo e série do helicóptero que caiu, os Koalas da PM e Bombeiros completaram, respectivamente, 350 e 300 horas de voo, de acordo com o comandante.
A grande dúvida é saber por que no dia 4 de maio, já com a decisão da Anac, o helicóptero da Polícia Civil foi levado para manutenção na Fênix e retirado do local no dia 7 de maio, na véspera do acidente. Segundo fontes na SSP-GO, a manutenção estava agendada antes da interdição, mas não chegou a ser feita. A aeronave teria sido retirada para a viagem que terminou na fazenda em Piranhas.Mas a empresa contratada pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), no dia 24 de abril, está impedida de fazer a manutenção dos helicópteros pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No dia 2 de maio, a Anac suspendeu as atividades da Fênix por falta de documentos, ferramentas e até mecânicos capacitados para realizar o serviço.

Na portaria da empresa, um profissional que preferiu não identificar, falou sobre o problema com a Anac. "Esse deslize vai ser revelado na hora certa. Nós somos uma empresa séria, os meninos aqui são todos militares, vieram de uma formação bem rígida", diz.
 Comandante do Grupamento Aéreo da PM (Graer), o major Ricardo Mendes disse que a aeronave estava em perfeitas condições. Para ele, alguma coisa desestabilizou o voo. "E aqui eu posso dizer que não foi uma ação do piloto", diz. O major acredita que a resposta para o acidente possa estar no que aconteceu com a pá da hélice do helicóptero.

"É prematuro e irresponsável da minha parte dizer que seria uma falha estrutural. Porém, encontrar uma pá do rotor principal a 200 metros, em linha reta do ponto de impacto da aeronave, já por aí existe um caminho a ser trilhado", aponta Mendes.
 

A Anac informou que não tinha conhecimento do descumprimento da ordem de suspensão dos trabalhos por parte da Fênix. Segundo a agência, a fiscalização é feita por meio de um cronograma, e a vez da empresa ainda não tinha chegado.
Nesta noite, a Fênix divulgou uma nota, onde diz que todos estão de luto pela tragédia. Também afirma que faz manutenção de helicópteros há quatro anos e atende cliente de todo o país. Segundo o comunicado, desde o acidente a empresa coopera com a investigação do Centro Nacional de Investigação de Acidentes (Cenipa). Afirma ainda que "a investigação vai demonstrar a lisura da empresa".
Fonte: G1 Goiás

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