Com 2,1 km de extensão, o corredor preferencial para transporte coletivo otimiza a movimentação e deslocamento de veículos públicos no Eixo Universitário. Apesar da extensão relativamente baixa, já se verifica um aumento na velocidade média dos ônibus, que percorrem o eixo, que liga a Praça Cívica e o Terminal da Praça da Bíblia.
Em horários de maior pico, o aumento no deslocamento pode chegar a quase 50%. Uma viagem que durava em média 24 minutos, entre 17h e 19h, pode cair para 19 minutos dentro do mesmo percurso. As informações são do Consórcio da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos da Grande Goiânia (RMTC). Foi possível verificar os dados com base em pesquisas realizadas entre 10 e 12 de maio de 2011 e entre 14 e de 16 de agosto deste ano.
Os dados verificados comprovam um aumento de velocidade em todos os horários de pico na Capital. No período de 6h à 7h se notou um aumento de 20% da velocidade, que representou a mudança de 21,82 km/h para 24,15 km/h. Já no período do fim da tarde, entre 18h e 19h, o ganho foi de 10,7 km/h em 2011 para 15,7 km/h neste ano. Este ganho representou o maior crescimento entre deslocamentos de um ano pra o outro, com 48,4%.
Melhorias
Estes acréscimos na velocidade do espaço percorrido no Eixo Universitário rendeu uma média de 28% de ganho de tempo, o que pode ser transformado em 5 minutos de economia em uma distância de 2,1 km. Com previsão de expansão para 250 km nos 18 municípios do aglomerado urbano, a economia de tempo seria de 6 mil minutos por dia.
Boa notícia para os usuários dos 1.370 ônibus. A economia de tempo dentro dos veículos representa pontos em qualidade de vida, menos estresses, além da melhor distribuição de indivíduos dentro dos ônibus e um cumprimento do horário mais preciso por parte das companhias de transporte coletivo público.
Além dos benefícios ao passageiro e tempo economizado em viagens, a viabilização de corredores preferenciais poderá contribuir para o desafogamento do trânsito. O diretor do Consórcio RMTC Leomar Avelino Rodrigues afirma que este é apenas um dos benefícios. “Não é só infraestrutura pública. Vai muito além de um serviço rápido de ônibus. Será melhor acessibilidade para pedestres, para quem tem necessidades especiais como cadeirantes, melhores abrigos no ponto de parada, informações mais amplas sobre viagens, nomes das linhas e mais.”
Mais um destaque com a concretização deste projeto apontado por Leomar é o ganho com uma melhor imagem da cidade. “Eles contribuem com sustentabilidade. Novo paisagismo, novo mobiliário. A cara da cidade muda e reflete até em nossa autoestima”.
Futuro
Para o diretor, tanto quem utiliza o transporte coletivo, como utiliza os veículos individuais ganham com esta melhoria. “80 pessoas dentro de um ônibus são 80 veículos a menos no trânsito”, enfatiza.
Leomar garante que em Goiânia a frota de ônibus é suficiente, mas o que ocorre é o problema para cumprir os horários, em decorrência do grande fluxo de veículos nos horários de pico. “Muitas vezes, passam dois ou mais ônibus da mesma linha em um só horário. Quando se cumpre o percurso no prazo, o número de pessoas por viagem se equilibra. Ganha-se mais tempo nas paradas e as pessoas podem se organizar melhor pelo horário estipulado. E tempo é qualidade de vida.”
De acordo com ele, já existem projetos para dar continuidade aos corredores preferenciais e o próximo já seria feito na Avenida T-7 e posteriormente na Avenida T-9. Ele conta que no Rio de Janeiro já foram implantados 11 corredores e que lá foram obtidos excelentes resultados, o que motiva Goiânia a seguir o mesmo caminho. “O Rio tem ficado de 30% a 50% mais rápido onde foi implantada a medida.”
O motivo dos bons resultados, o diretor explica. “Quando um ônibus está disputando espaço com carros e motos ele está sujeito a todas as variáveis do tráfego. Mas tendo um espaço destinado a ele, tudo feito com um trabalho de reengenharia de trânsito, os pontos de parada passam a ter redimensionamento de distância, organização do embarque, sinalização. Isso é um ganho.”
Dentro do ônibus
O assessor de imprensa Rodolfo Dias Cardoso diz que utiliza praticamente todos os dias o transporte público coletivo em Goiânia. Ele acredita que os corredores preferencias sejam positivos para a cidade, pois dão mobilidade e rapidez aos ônibus que andam com um número maior de pessoas.
Mas mesmo assim, Rodolfo não acredita que seja possível uma ampliação dos corredores na cidade. “Nossa cidade não tem estrutura para aumentá-los. Ela não comporta, não tem espaço para mais”, justifica.
Apesar de pessimista neste sentido, o assessor acredita que existam soluções alternativas para aliviar o trânsito da Capital. “É preciso criar ciclovias e desenvolver na população um interesse maior pelo o transporte público e meios alternativos. As pessoas precisam querer utilizar a bicicleta e o ônibus”, diz.
Segundo ele, os benefícios dos corredores têm um impacto positivo no meio ambiente. “Com mais pessoas utilizando os ônibus, por conta de seu ganho de tempo, na lógica serão menos carros e motocicletas nas ruas e consequentemente menos CO2 na atmosfera”, conclui.
Fonte: Diário da Manhã
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